terça-feira, maio 02, 2006

Jovens desiludidos com a política (?)

Um estudo divulgado este domingo sobre «O Associativismo Juvenil e a Cidadania Política» revela que os jovens estão descontentes com a política e com o modo como a democracia funciona na sociedade portuguesa.

As conclusões do estudo elaborado pelo Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa a pedido da Secretaria de Estado da Juventude, foi apresentado no âmbito das comemorações do Dia Nacional do Associativismo Juvenil, presididas pelo secretário de Estado da Juventude e do Desporto, Laurentino Dias.

Segundo o documento da autoria de Pedro Ferreira e Pedro Silva, a análise realizada sobre atitudes face à democracia e à participação política e social dos jovens, «sublinha a presença de convicções democráticas bastante generalizadas na população, a par de um sentimento maioritário de descontentamento relativamente ao modo como a democracia funciona na sociedade portuguesa», revela a Lusa.
«A este descontentamento estará provavelmente associado não apenas a incapacidade da sociedade, que se acentuou com a desaceleração económica dos últimos anos, em sustentar e satisfazer as expectativas sociais e económicas dos sectores juvenis, mas também uma certa degradação das instituições democráticas que têm revelado alguma dificuldade em darem de si mesmas uma imagem mais transparente e credível», afirmam os autores.

Este trabalho resultou de entrevistas realizadas a mil jovens com idades entre os 15 e os 29 anos.
Segundo o secretário de Estado Laurentino Dias, o estudo surgiu «com o objectivo de diagnosticar os objectivos e as preocupações da juventude portuguesa e criar condições para uma melhor relação entre as políticas de juventude e os seus destinatários».
O governante adiantou ainda à Agência Lusa que o associativismo em Portugal se traduz na existência de 1.300 associações juvenis, 300 de estudantes e 35 de âmbito nacional.

As comemorações do Dia Nacional do Associativismo Juvenil ficaram ainda marcadas pela apresentação pública da Linha da Juventude -707203030 e pela inauguração de um Gabinete de Saúde e Sexualidade Juvenil.
A linha telefónica, segundo a presidente do IPJ, Maria Geraldes, é grat uita e resulta de uma parceria da Secretaria de Estado da Juventude com a FDTI - Fundação Para a Divulgação das Novas Tecnologias da Informação e a Movijovem. Através desta linha os jovens de qualquer ponto do país podem ter acess o a informações sobre programas e serviços, efectuar reservas nas Pousadas da Juventude, obter o Cartão Jovem, entre outros assuntos.
E Tu? Que pensas de tudo isto? Partilha connosco a tua opinião. Os políticos portugueses são ou não transparentes? O regime democrático é bem vivido em Portugal? Como encaras a actividade política?

6 Comentários:

At 4:32 da tarde, Blogger Reis Silva disse...

Em primeiro lugar, dou os parabens à Comissão Coordenadora do CMJ, pelo nova imagem do blog!
Em relação à notícia publicada e ás questões postas pela Fernanda....
Ao colocares essas questões, aparentemente já sabes quais as respostas, ou seja, que os políticos são corruptos, que os deputados ganham demais, que o governo só sabe roubar, etc, etc,etc....
Eu não vou opinar sobre essas questões, pois provavelmente passava a tarde a escreves....Ao invés, prefiro lançar uma nova ideia de CMJ, ou se quiserem, um projecto para o CMJ.
A Comissão Coordenadora do CMJ, lança um desafio aos seus membros e à juventude em geral. A mesma comissão fornece um conjunto de informação, nomeadamente o OE de Estado e o OE da Autarquia. Com esta documentação, os "grupos de trabalho", avançam com um plano de acção para o concelho, em todas as áreas. Deste modo, pretende-se lançar a discusão sobre diversos temas concelhios dentro e fora da CMJ; lançar um desafio a todos aqueles que estão descontentes com os políticos, dando-lhes uma oportunidade para discutir novas formas de fazer política; mostrar a todos os interessados o verdadeiro papel de uma autarquia, nomeadamente os seus deveres para com a população local; entre outros aspectos. No final deste desafio, o CMJ tornaria públicas as propostas finais, e elaboraria uma proposta ao executivo local.
Penso que com este tipo de "desafios" o CMJ poderá alterar a sua imagem de "órgão inativo", e ao mesmo tempo atrair a camada jovem lourinhanense para questões de cariz, juvenil, social´, político, entre outras.
Até já!

 
At 4:39 da tarde, Blogger Reis Silva disse...

Caro Valdemar.

Concordo com a tua opinião quando dizes que as associações recreativas e culturais não conseguem chamar ou não querem chamar jovens.
Estive o ano passado no encontro de associações da Junta de Freguesia da Lourinhã, e um dos maiores obstáculos que se encontrou foi a falata de formação dos dirigentes dessas mesmas associações. Sem formação adequada, não conseguem ter sensibilidade suficiente para criar iniciativas que chamem jovens. Já para não falar da falta de iniciativas que sustentem a associação em si! É também por esses que temos de começar....
Até já!

 
At 5:52 da tarde, Anonymous Anónimo disse...

Olá a todos.

Obrigado por este espaço de discussão. Concordo com as opiniões aqui já adiantadas.

Parabéns aos que iniciaram é garantem o funcionamento do blog.

Sobre a falta de formação, espero então que hajam muitos participantes nas 2 acções associativas ao dispôr de todos... os que querem aprender a saber trabalhar mais e melhor:
* GESTÃO DE EVENTOS
* MARKETING CULTURAL

+ informações: http://www.cm-lourinha.pt/noticia.php?id=754

ESTES CURSO FORAM PREPARADOS PROPOSITADAMENTE PARA O CONCELHO DA LOURINHÃ! ESPERO QUE TODOS ENTENDAM A MENSAGEM!

Abraço
Luis Balau

 
At 10:02 da manhã, Blogger Reis Silva disse...

Na realidade essas acções são importantes pois, pelo que li dos planos curriculares parecem ser duas ferramentas de trabalho muito úteis para uma associação. Contudo, antes de um dirigente de uma ACR (associação cultural e recriativa)Local ter uma formação em gestão, é necessário ter uma formação específica para dirigentes associativos. Depois sim, poderia ter sensibilidade para se inscrever, ou para inscrever alguém em gestão de eventos ou marketing cultural.
Penso que a verdadeira questão é cultural e educacional. Se os dirigentes das ACRL´s não têm sensibilidade para atrair jovens e criar riqueza durante todo o ano, e não apenas na festinha de Verão, então temos de começar pela base...
Já agora, reparei que a noticia sobre as formações é de Abril. Ou ando muito distraído (o que também é verdade) ou a divulgação não tem sido muito eficaz, pois não me cruzei com ela....
Como jovem deste concelho preocupa-me que as ACRL´s não estejam a ser bem geridas, pois em muitos casos são elas que têm o poder de movimentar a juventude local.
Neste sentido, lanço um desafio à Comissão Coordenadora do CMJ: façam uma proposta de acções a desenvolver com as ACRL´s à AG do próprio CMJ e depois apresentem-na ao Executivo da CML.
Até Já.

 
At 1:10 da tarde, Blogger Fernanda Marques Lopes disse...

Concordo, de modo genérico, com todos, sobretudo com o Valdemar. Felizmente, sempre crescemos em democracia, mas não sabemos dar valor a isso... Não temos uma consciência de cidadãos, não votamos, não nos preocupamos em ser esclarecidos, há um déficit democrático, criado por nós. Isso é tanto mais grave se pensarmos que somos nós e as gerações vindouras que tomaremos as rédeas deste nosso país, quando a geração dos nossos pais já não se ocupar disso. É, de facto, como diz o Valdemar, uma questão cultural, porque se educam os jovens e as crianças a canalizar as suas atenções somente para os estudos, para o desporto (e isto nem sempre...), para as atractivas saídas nocturnas, entre outras coisas. Não se educam as crianças nem os jovens para a cidadania activa, nem para o mundo do associativismo, nem tão pouco para a política. E depois surge a velha confusão entre política e partidarismo. É certo que o partidarismo faz parte da política, muito nela intervém, mas não esgota de forma alguma a actividade política. O exemplo mais próximo que temos disto é o CMJ: é intrinsecamente político, mas nada partidário.

Depois, parece-me que, em relação aos políticos, há que separar o trigo do joio. E o que quero eu dizer com isto? Explico já. Se observarmos atentamente, a política, quando não é desvirtuada, não é mais do que uma forma de voluntariado, de nos darmos aos outros, mas, volto a frisar, quando não é desvirtuada, o que acontece, não raras vezes, infelizmente. Seria extremamente importante que algumas pessoas entendessem que a política é a ciência que estuda a arte de governar os povos e não de os aldrabar. E digo isto porque muita gente está desiludida com a política e com os seus agentes, para prejuízo daqueles que desenvolvem actividade política sem qualquer interesse que não seja o de contribuir para o progresso da sua terra. É necessário que as instituições se voltem a credibilizar, para que não pague o justo pelo pecador, para que se olhe com outros olhos para a política. Julgo que nisso a juventude desenvolverá um papel cuja relevância será crescente. É com contentamento que observo que uma parte significativa dos jovens de hoje conferem mais importância à actividade que poderão desenvolver do que ao cargo que poderão ocupar. A Política, para poder ser escrita com maiúscula, necessita de todos aqueles que não necessitem dela para sustento próprio ou por interesse ou capricho pessoal. É bom que todos tenham a sua actividade e carreira profissional próprias, independentemente de qualquer actividade política que desenvolvam nas suas terras. Só assim se poderá garantir o mínimo de imparcialidade, de independência, de competência. Só assim se poderá lutar contra a vergonhosa corrupção que assola os cargos públicos e enferma todo um sistema.

Caro Matias, ainda não tinha tido oportunidade de lhe dar as boas vindas a este nosso cantinho. Seja bem vindo e apareça sempre que quiser. O contributo de todos é fundamental.

Um Abraço

 
At 10:20 da manhã, Blogger Reis Silva disse...

Caro Luis

Esse é um ponto muito interessante!
Se as pessoas não têm formação suficiente, é normal que digam que não precisam, pois julgam que não necessitam, pois não estão sensibilizadas para!
Agora, se a CML colocar como critério a cumprir no programa de apoio financeiro às associações, a formação de pelo menso metade dos seus quadros dirigentes, aí haverá a oportunidade de sensibilizar "in"formando esses mesmos dirigentes de conceitos e maneiras de agir fundamentais. Funcionaria deste modo:(exemplo) No próximo ano a CML anunciaria o dito critério juntamente com o anuncio do curso. O curso poderia decorrer até à candidatura seguinte, de modo a que nessa mesma candidatura já houvesse um grupo de dirigentes formados. A probabilidade de termos actividades mais arrujadas por parte das ACRL's, e consequentemente uma maior participação dos jovens seria maior!
Quando damos 100000€ a uma pessoa que sempre foi pobre, essa pessoa não saberá como rentabilizar e maximizar esse mesmo dinheiro, porque não tem sensibilidade para...porque todo o donheiro que sempre ganhou apenas era utilizado para sobreviver!Agora que tem muito decerto que o vai gastar mal, e mesmo dar aos amigos até ficar outra vez sem nenhum!
Até Já!

 

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